Em meio ao vai e vem de pedestres, crianças brincando, comerciantes, pessoas tomando chimarrão e turistas na Praça Pinheiro Machado — conhecida por muitos apenas como a Praça da Catedral de Santo Ângelo — está um pedaço da história que passa despercebido por grande parte da população: O primeiro calçamento da praça, preservado desde 1930.
Quase despercebido, o calçamento histórico é marcado por um trecho de solo feito com pedras originais da época. Próximo a ele, uma placa informativa conta parte dessa trajetória: “a antiga praça missioneira, que remonta ao século XVIII, foi reconstruída por volta do final do século XIX, sendo rebatizada em homenagem ao repovoador Antônio Gomes Pinheiro Machado”.
A pavimentação que hoje resiste ao tempo foi executada na década de 30 do século XX pelo engenheiro José Carlos Medaglia. No local, uma inscrição em pedra revela a origem e autoria da obra: "Executado pelo Dr. J. C. Medaglia na administração do Dr. Ulysses Rodrigues – 1932". O texto bilíngue (Português e Inglês) da placa ajuda a contextualizar o ponto histórico para visitantes brasileiros e estrangeiros.
Apesar de sua importância histórica, o local carece de maior valorização. Muitos passam por ali sem saber que estão pisando em uma das primeiras intervenções urbanísticas da cidade moderna.
Além disso, a placa que conta a história do local está degradada pela ação do tempo Trata-se de um símbolo de memória, urbanização e resistência que merece mais atenção por parte do poder público e da comunidade.
Relembrar e preservar esse tipo de patrimônio é também respeitar a própria identidade de Santo Ângelo. Em tempos em que as cidades buscam fortalecer seus vínculos com a cultura e o turismo, destacar espaços como esse é essencial para promover o pertencimento e a valorização da história local.
A próxima vez que você caminhar pela Praça da Catedral, olhe para o chão. Pode ser que, ali, você esteja trilhando os mesmos caminhos dos primeiros cidadãos que ajudaram a reconstruir a cidade.

Fonte: Redação Web Rádio Sete Povos

